Como fazer as pazes com os seus sentimentos
- Jéssica Schuster
- 18 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de ago.

Vivemos em uma cultura que nos ensina a esconder sentimentos. Mas quanto mais brigamos com eles e os negamos, mais eles gritam.
Somos seres biológicos, organismos vivos que possuem ritmo, respiração, pulsação. Nossos sentimentos são incríveis fenômenos complexos que acontecem em nossos corpos de forma coordenada, ligando experiências, memórias e ativação muscular e nervosa. Certas partes se contraem, outras se expandem... por isso sentimos literalmente dor física quando temos o coração partido.
Sim, não é fácil em muitos momentos ter esses processos acontecendo em nossos corpos e tomando conta das nossas mentes. E agora, o que fazemos? Hoje em dia, o anestésico mais utilizado que não precisa de receita médica é o uso de telas. Para onde estamos querendo empurrar nossos sentimentos nessas tentativas de fuga? E o que acontece com eles quando a gente procura "ignorar"?
Eles vão momentaneamente para o insconsciente, onde, aparentemente, "somem", mas agem na surdina, se materializando em nossos corpos através de contrações musculares e problemas físicos (a chamada somatização), aparecendo em rompantes de estresse, ansiedade que vem "do nada", e criando um distanciamento, uma ruptura entre quem realmente somos e a ideia de quem achamos que somos.
Para resolver essa questão, um dos caminhos mais recomendados é através da fala. O movimento também é altamente recomendado. Mas através da fala com escuta qualificada para te auxiliar a dar vazão, em um ambiente seguro, com técnica e acolhimento, é possível acolher, colocar atenção para esses sentimentos e acontecimentos que pedem passagem.
Assim, podemos validar, acolher e reconhecer nossas dores e nossos preconceitos sobre a realidade, aceitando e elaborando... escolhendo ativamente novos significados e encaminhamentos. Agindo sobre... e o mais importante: sentindo.
Os sentimentos são sinalizadores de nossas necessidades. Cada emoção traz uma mensagem — tristeza pede pausa, raiva pede limites, medo pede cuidado...
A comunicação não violenta e a terapia humanista nos trazem uma lista de necessidades humanas universais (que é feita de palavras cotidianas - mas que esquecemos de conectar com os nossos sentimentos).
Ao invés de lutar, aceite suas emoções e procure um lugar seguro para elaborá-las.
Diversas práticas podem ajudar a dar vazão pelo corpo: respiração, escrita terapêutica, yoga, tapping...
Fazer as pazes com seus sentimentos é fazer as pazes consigo.
Se você sente que está difícil lidar com esse processo sozinho, a terapia pode ser um espaço de apoio, acolhimento e presença.
Afinal, sentir é parte do viver — e quando aprendemos a escutar nossas emoções, encontramos também um caminho para cuidar de nós mesmos com mais verdade e compaixão.
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